sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

BCP, Vara e Berardo SGPS



"A escaramuça levantada em torno da eventual subida de Armando Vara aos céus do BCP - abençoado por várias extraordinárias figuras de accionistas, desde o improvável Berardo ao ex-jornalista Ulrich cuja intervenção foi considerada "decisiva" pelos "especialistas" - vale a pena? Quando ele foi para a administração da Caixa, levantou-se idêntica escaramuça. Aí, porventura com mais razão do que agora. Agora, se bem que curta, o homem já possui alguma biografia na matéria. E não deve ser constantemente perseguido por ter tido a ideia de criar uma fundação paralela à então Prevenção Rodoviária Portuguesa, por ter concluído um curso superior na defunta Independente, numa premonitória antecipação das "novas oportunidades", ou por ter sido sócio de Sócrates e de outros numa empresa de gasolinas na Amadora onde foi candidato a presidente de câmara. Como diria o velho Shakespeare, ele é o que ele é.
A questão, parece-me, é outra.
Vara não deve nada do que é presentemente na banca à banca. Deve-o apenas ao currículo partidário e governativo. Ele e outros, de outros ou do mesmo partido. Assumir isto, os tais extraordinários accionistas assumirem isto, representa uma mudança de paradigma relativamente ao maior banco privado português - e, por tabela, ao sistema bancário nacional -, já que a CGD faz, por natureza, parte do bolo repartível entre o "centrão" mais um: o PP depois da reciclagem no governo. As últimas desvergonhas perpetradas pelas derradeiras administrações do BCP, nas quais só agora Constâncio reparou, autorizaram o avanço das patrulhas partidárias. Uma carreira puramente partidária, boa, má ou assim-assim, passou a ser mais cotada do que uma carreira exclusivamente ao serviço da gestão bancária. A culpa é de Armando Vara? "

Post de: Portugal dos Pequeninos - Publicada por João Gonçalves em 27.12.07

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